sábado, 3 de agosto de 2013

Aquecimento Global: Acredite Se Quiser

por Bruno Maiorquino Silva

Você acredita ou não no aquecimento global? Em meio a tantas teorias e pesquisas que buscam explicar este fenômeno, acreditar na sua existência acaba como que se tornando uma questão de fé, ou simples opinião.

Recentemente divulgado através do site da revista Scientific American, em Abril de 2013, um artigo chamado “Novo Método Prova – De Novo – Que a Mudança Climática É Real” apresenta a pesquisa do climatologista Gilbert Compo, Ph.D. em Ciências Astrofísicas, Planetárias e Atmosféricas pela Universidade do Colorado nos Estados Unidos, na qual é utilizado um método de mensuração do histórico da pressão do ar e temperaturas do oceano; estes dados foram então colocados em um modelo com a finalidade de calibrar a temperatura da superfície terrestre ao longo do século XX. Os resultados, de acordo com a pesquisa, mostram que a temperatura aumentou, sim, 1.2 graus célsius desde períodos pré-industriais.

O próprio artigo traz, no entanto, em uma sessão chamada “Céticos Continuam Céticos”, ressalvas de outros pesquisadores em relação ao trabalho de Compo. Assim como o climatologista brasileiro Luiz Carlos Molion, conhecido por sua postura firme ao afirmar que o aquecimento global é um “terrorismo climático”, muitos estudiosos defendem uma tese contrária a de Compo, a que não existe um aquecimento, mas sim um esfriamento das temperaturas terrestres.

Enquanto especialistas não chegam a um consenso sobre esta questão, mais uma vez o público em geral segue acompanhando a discussão, cada qual podendo defender sua opinião de acordo com o ponto de vista que lhe parecer mais razoável, à espera do veredito final fornecido pela ciência. Apostas feitas, talvez seja o caso de torcer para que o planeta aguente quaisquer que sejam as consequências dessa indefinição.

E você, acredita ou não no aquecimento global?

Fontes (acessadas em 24/07/2013):




segunda-feira, 29 de julho de 2013

O desencanto escolar dos alunos da educação de jovens e adultos (EJA)


Já eram cinco horas da tarde e seu José estava ainda com duas fileiras de tijolos para completar o muro que começou pela manhã, dona Raquel estava com cinco cestos de verdura para guardar em seu deposito na feira, André ainda tinha uma fila de clientes estressados em seus carros para atender no posto de gasolina. O que eles têm em comum? É que ambos se inscreveram no programa de educação de jovens e adultos do governo Brasileiro, na escola de seu bairro e hoje é o primeiro dia de aula deles. Todos três estão bastante ansiosos, encantados com o novo ambiente, imaginam diferentes maneiras de como será a aula, se emocionam por pensar que estão tendo uma oportunidade de ouro nas suas vidas, tendo em vista as privações que a vida lhes causou ao longo de seus anos. Dever secular cumprido é hora de ir à escola, um frio na barriga, um tremor incontrolável nas pernas, uma aceleração no coração, que vergonha tão grande de finalmente chegar à escola depois de tanto tempo. As expectativas são muitas, porém ao chegar à sala de aula, doce ilusão, o que parecia ser instigante, indescritível e inesperável se tornou exaustivo, estressante e sem graça. Somadas ao cansaço da labuta, as palavras do conto de fadas contido no livro didático lidas sem ênfase pela professora se perdiam em meio ao sono desses alunos. Frases sem sentido, cálculos sem contextualização, informações fragmentadas que não tinha em nada haver com o mundo a que eles pertenciam, cochilos foram inevitáveis, fim da aula, fim do dia, que decepção. Mais um dia se apresenta com seus desafios para cada um desses alunos, só que agora é diferente o coração já não palpita mais, não há ansiedade, existe a falta de coragem de voltar aquele lugar que parece que de forma alguma foi feito para eles, destes três alunos apenas dona Raquel resolveu voltar à escola e continuar na esperança de algo interessante poder aprender. De acordo com o senso brasileiro do ministério da educação a cada três alunos do programa de educação de jovens e adultos ( EJA ) apenas um continua no programa até o fim. José Manuel Moran Especialista em mudanças na educação pela USP em sua pesquisa aponta, para o fato de que, a escola ao se manter como instancia isolada para alem da sociedade e restringir-se apenas a transmissão de conteúdos independentes, sem contextualização com a realidade, valorização dos conhecimentos prévios dos alunos e interação no processo de ensino-aprendizagem, faz com que esses alunos acabem não vendo sentido na escola, nem no que tem no cotidiano escolar e prefiram abandonar este ambiente por sofrer o chamado desencanto escolar.

 Flavia Etiane Soares Nunes

Campina Grande 26 de Julho de 2013